(26/4/2018) – Participei nesta semana de dois ótimos eventos nos quais foram discutidos assuntos complexos, densos, importantes e essenciais para a sociedade: o 5º fórum A Saúde do Brasil, realizado pela Folha de S.Paulo, e o VIII Fórum Nacional de Políticas de Saúde em Oncologia, patrocinado pelo Instituto Oncoguia.
Foram várias mesas/paineis com dezenas de pessoas de profissões várias que abordaram os assuntos de formas diferentes, mas invariavelmente com conclusões convergentes.
O que sobressaltou em ambos os eventos foi a condição muito ruim de educação do nosso povo, o que impede as pessoas de discutirem as situações a partir de critérios objetivos, sem envolvimento emocional que quase sempre turva a visão acerca do que realmente interessa e impede a evolução lógica das coisas.
Infelizmente, a educação do brasileiro médio é muito ruim e não lhe proporciona a cultura geral que deveria subsidiar as discussões a contento. Exemplo disso é a procura desenfreada por prontos-socorros (PS) sem necessidade, quando, na verdade, as pessoas deveriam ir a outros centros de atendimento, o que evitaria o gasto de dinheiro desnecessário com o alto custo de uma estrutura de PS acionada indevidamente, ao simples gosto e decisão delas. O fato de os “outros centros de atendimento” não possuírem a mesma estrutura do PS é o argumento utilizado por quem age assim, o que mostra a falta de planejamento dos governos e escancara o círculo vicioso no qual vivemos. E que deve continuar assim ainda por algum tempo.
Faltam educação, cultura e bom senso para que possamos evoluir nas discussões e encontrar soluções passíveis de execução e sobram palpites e críticas soltas e desassociadas do assunto, feitas por fazer, sem conteúdo e que contribuem para discussões filosóficas e ideológicas apaixonadas que não levam a nada, a não ser na involução das coisas. É pena.
Temos que mudar essa realidade urgentemente, de alguma forma, de algum jeito, sob pena de nossos filhos permanecerem vivendo num mundo/Brasil que não é o que desejamos para eles. Neste ano vamos escolher novos mandatários para o nosso país. Há opções boas e ruins, mas temos que escolher, acompanhar o(a) vitorioso(a) e cobrar atitudes que avancem nas melhorias de vida de todos nós.
Tomara que consigamos. Para o bem de todos nós.
(Josenir Teixeira, membro da Comissão de Direito do Terceiro Setor da OAB/SP).