A interligação Vital: Apoio à Saúde Mental, Empregabilidade e Diminuição de Turnover

* Danilo Suassuna

Em um mundo cada vez mais dinâmico e competitivo, as empresas enfrentam o desafio constante de manter um ambiente de trabalho saudável, produtivo e sustentável. Nesse cenário, emerge a conscientização crescente sobre a relação entre a saúde mental dos colaboradores, a empregabilidade e a redução do turnover. 

O reconhecimento dessa conexão fundamental tem levado as organizações a adotarem abordagens inovadoras, que não apenas promovem o bem-estar mental, mas também repercutem positivamente nos resultados empresariais.

A saúde mental é uma peça-chave do bem-estar global, desempenhando um papel crucial na vida de cada indivíduo. No entanto, sua relevância vai além do âmbito pessoal e adentra as esferas profissionais. Aqueles que enfrentam problemas de saúde mental, podem experimentar dificuldades na concentração, tomada de decisões e interações interpessoais, o que, por sua vez, afeta a produtividade e o desempenho no trabalho. Consequentemente, as empresas têm percebido que investir em programas de apoio não é apenas uma questão de responsabilidade social, mas também uma estratégia inteligente para melhorar a eficácia operacional.

A empregabilidade, por sua vez, diz respeito à capacidade de um indivíduo de se manter ou encontrar emprego, se adaptar às mudanças do mercado de trabalho e evoluir profissionalmente. Por isso, a saúde mental assume um papel de destaque, uma vez que aqueles que apresentam saúde mental equilibrada são mais resilientes às pressões do ambiente de trabalho, que está em constante transformação. 

Essas pessoas são capazes de lidar com desafios de maneira construtiva, aprender novas habilidades com facilidade e permanecer comprometidas com o crescimento profissional a longo prazo.

Um fator diretamente relacionado à saúde mental é a taxa de turnover, que se refere à rotatividade de empregados em uma organização. Quando os níveis de estresse, ansiedade e esgotamento são elevados, a probabilidade de os funcionários deixarem seus cargos aumenta consideravelmente. Isso não apenas gera custos associados à contratação e treinamento, mas também cria um ambiente instável e desmotivador para aqueles que permanecem. 

A implementação de medidas de apoio à saúde mental pode reduzir esse ciclo vicioso, aumentando a satisfação dos funcionários e, consequentemente, diminuindo o turnover.

A abordagem mais eficaz para combinar saúde mental, empregabilidade e redução de turnover é a criação de um ambiente de trabalho que promova o bem-estar. Isso envolve a implementação de programas de apoio, como aconselhamento, treinamentos de resiliência, flexibilidade de horários e espaços de descanso. Além disso, a conscientização sobre a importância da saúde mental deve ser parte da cultura organizacional, destituindo o estigma que pode cercar o assunto e incentivando uma comunicação aberta.

O vínculo entre apoio à saúde mental, empregabilidade e diminuição de turnover é inegável e profundo. As empresas que reconhecem a importância de cultivar uma força de trabalho mentalmente saudável colhem benefícios tanto no nível individual quanto organizacional. À medida que essa conscientização cresce, a expectativa é que mais empresas adotem abordagens proativas para garantir o bem-estar da equipe, promovendo um ambiente de trabalho produtivo, colaborativo e sustentável.

(*) Doutor em Psicologia pela Pontifícia Universidade Católica de Goiás (2008), possui graduação em Psicologia pela mesma instituição. Autor do livro ‘Histórias da Gestalt-Terapia – Um Estudo Historiográfico‘. Professor da Pontifícia Universidade Católica de Goiás e do Curso Lato-Sensu de Especialização em Gestalt-terapia do ITGT-GO. Coordenador do NEPEG Núcleo de estudos e pesquisa em gerontologia do ITGT. É membro do Conselho Editorial da Revista da Abordagem Gestáltica. Consultor Ad-hoc da revista Psicologia na Revista PUC-Minas (2011).